Entrevista Revista Alô Bebê

Pedro Malta, o menino prodígio
Em entrevista à Revista Alô Bebê Club, o jovem ator Pedro Malta discorre com naturalidade sobre as mudanças em sua vida na busca de um ideal: ser ator

Aos 2 anos ele já fazia comercial e desfiles em Recife, cidade onde nasceu. com 3 anos viveu a experiência de ser tio, aos 7 estreou na novela das 18h00 da rede Globo “Coração de Estudante”. Hoje, com 10 anos, o ator-mirim Pedro Malta que acabou de fazer um papel na novela “Kubanacan” planeja o futuro e nos conta um pouco da sua história.

Fã incondicional do ator americano Harrison Ford, Pedro conhece de cor todas as falas da trilogia “Indiana Jones”, ele diz: “quero ser arqueólogo”. Em entrevista à Alô Bebê Club, Pedro conta com entusiasmo seus trabalhos, sonhos e experiências. Salete Malta, mãe de Pedro, acompanha a carreira do jovem ator de perto e dá todo o suporte para que o filho concilie estudo e trabalho. Conheça agora um pouco mais da vida deste “menino prodígio”.

Alô Bebê Club - Salete, você percebeu algum dom nas atitudes do Pedro quando pequeno? De que forma o estimulou?

Salete - O Pedro sempre foi muito extrovertido. Nem falava direito e agitava, ria e tinha grande facilidade em se comunicar. Então, um amigo nosso, que trabalha com publicidade, o levou para fazer um teste. Na época, Pedrinho tinha apenas 2 anos. Foi aí que tudo começou. Ele queria participar de tudo: desfiles, comerciais etc. Foi natural. Mas sempre falo para ele: “se você achar que não quer, me avisa que a gente pára. Estamos aí para te apoiar. É uma profissão”.

Alô Bebê Club - Há quanto tempo se mudaram para o Rio de Janeiro?

Salete - Há 2 anos saímos do Recife para o Rio. Pedro interfere: “Mãe, deixa eu contar. Essa é a parte que eu mais gosto”.

Pedro - Viemos ao Rio, primeiramente, para passar férias com a família da minha mãe. Eu estava em férias escolares e aproveitei para fazer uns testes para comerciais, porque eu já era ator e tinha feito mais de cinco comerciais em Recife. Então, já que no Rio tem mais oportunidades, porque não tentar no Rio? Entrei numa agência e fui chamado para o teste da novela “Coração de Estudante”, da Rede Globo, para fazer o filho do Fábio Assunção. Fiz o teste, passei e estou aqui.

Alô Bebê Club - Alguém na sua família é artista?

Salete - Não. Eu e meu marido, Geraldo, somos advogados. Tenho mais 3 filhos: o Carlos Eduardo, 28, Danielle, 26 e Giselle, de 22 anos. Depois de 14 anos tive o Pedro, que é temporão. Só ele quis seguir a carreira de ator. Os outros não demonstraram o menor interesse.

Pedro - O Duda (Carlos Eduardo) é administrador, a Danielle é veterinária e a Giselle quer prestar psicologia. E eu, né? Agora eu sou ator, mas quando eu crescer, além de ser ator eu quero ser arqueólogo.

Alô Bebê Club - De onde veio a vontade de ser arqueólogo?

Pedro - Sempre gostei de mistério, ruínas etc. E também desde pequeno gosto do Indiana Jones. Sou fã de carteirinha do Harrison Ford. Todo domingo eu vejo o 1, 2 e o 3. Já decorei todas as falas.

Alô Bebê Club - E como pensa em conciliar as duas profissões, de ator e arqueólogo?

Pedro - Não sei se terei que romper com uma das duas, mas eu pretendo continuar contracenando, porque eu acho que é vital para mim. É muito bom atuar, mas também gosto muito de arqueologia. Eu penso em intercalar as duas coisas. Vou passar 3 anos, no mínimo, estudando para ser arqueólogo, enquanto tento gravar. Faço umas pontinhas aqui e ali, mas nada muito grande para não atrapalhar os estudos. Então, depois que eu estiver formado, tento exercer um pouco da minha profissão. Daí eu passo 2 meses sendo ator, um ano fazendo coisas de arqueologia.

Alô Bebê Club - Você fez 2 novelas, além disso participou de minisséries e peças de teatro. Onde encontrou maior satisfação e por quê?

Pedro - Gosto muito de fazer novela e cinema. Em 1999, participei de um curta-metragem, uma série de contos do Recife antigo. Também adorei atuar em “Brava Gente”, da Rede Globo. Era um seriado sobre aviação, um garoto que queria ser aviador, em São Pedro da Aldeia - base aérea naval. Foi a primeira vez que entrei em um helicóptero. E outra coisa boa é que eu saí sabendo tudo de cultura de avião e passei a gostar muito.

Alô Bebê Club - E como é o seu o seu dia-a-dia em época de gravação?

Pedro - Entro no colégio às 7h00 e saio às 11h30. Vou para casa, tomo banho e troco de roupa (às vezes não dá tempo e aí eu vou para as gravações com o uniforme do colégio). Gravo até umas 21h00. Chego em casa, me arrumo e apronto tudo para o dia seguinte.

Alô Bebê Club - Em qual colégio você estuda e em que série está?

Pedro - Estudo no Centro Educacional Santa Mônica e passei para 4º série.

Alô Bebê Club - Foi difícil começar em uma nova escola, em outra cidade?

Pedro - Se eu mudei minha vida, mudei de casa, mudei tudo, eu tinha que mudar os meus contatos, as minhas amizades e coloquei isso na minha cabeça.

Quando cheguei no Santa Mônica muita gente já me conhecia, porque era na época em que atuava em “Coração de Estudante”. Mas o contato com pessoas diferentes, em lugares novos e diferentes dá um pouco de nervoso, sim. Me senti um pouco “peixe fora d’água”, mas depois fui me acostumando.

Alô Bebê Club - Pedro, você acha que a sua vida é muito diferente se comparada à dos garotos da mesma idade?

Pedro - Diferente entre aspas. Porque eu sou criança, mas tenho responsabilidade, que é o meu trabalho. Mas sempre tento fazer de um jeitinho especial, que é um jeitinho de criança. Um jeito original, mas não diferente.

Alô Bebê Club - Salete, que critérios você usou para escolher a escola em que o Pedro iria estudar no Rio?

Salete - Nós morávamos na Barra da Tijuca, então tinha que ser uma escola próxima e de boa qualidade. E graças a Deus estávamos perto de uma das melhores escolas do Rio de Janeiro. Muita gente da Globo estuda lá e foi uma referência muito importante na hora da escolha. Hoje vejo que é realmente uma boa escola.

Alô Bebê Club - Quais são as atividades que a escola oferece?

Pedro - Biblioteca, laboratório de ciências, sala de artes, esportes, piscina, atividades culturais. No ano passado, por exemplo, estudamos Cândido Portinari. Em 2002, participei do “Projeto Redação”, pela Folha Dirigida. Escrevi um texto sobre responsabilidade social, fui selecionado e o meu texto publicado. Além de ler, eu adoro escrever.

Salete - Em Recife, na época da alfabetização, a escola pedia para que todas as crianças escrevessem um texto. Depois publicaram um livrinho com esses textos (do Pedro e dos amiguinhos), com todos os erros de português e concordância, para que as crianças vissem como escreviam e como evoluíram. Alfabetização é você saber ler e escrever. É você saber se comunicar através da escrita. Agora os erros, os acertos gramaticais, de concordância, você vai aprimorando. Tem todo o ensino fundamental para poder se aprimorar.

Pedro - Em Recife, também, as crianças faziam reuniões para entender como funcionava o teatro. Três crianças escreviam a história, outras duas cuidavam do cenário, duas do figurino e os outros atuavam. Então, a gente montava as peças, pelo menos uma por mês. Eu, geralmente, escrevia as histórias.

Alô Bebê Club - Quais são suas brincadeiras favoritas?

Pedro - Gosto mais de brincadeiras elaboradas: caça ao tesouro, quente ou frio etc. Sabe o que faz para dar um efeito na brincadeira e envelhecer o mapa? Mapa de pirata, de ruína. A gente pega um mate leão e bota o papel e fica como se fosse velho. É bem legal.

Alô Bebê Club - O que você mais gosta de ler?

Pedro - Gosto muito de ler os gibis da Mônica e do Cebolinha e também gosto muito dos personagens da Disney. Acho que passam uma mensagem muito legal. Eu adoro o Tio Patinhas e o Donald. Eu sou fã do Donald, gente! Gosto muito de ler sobre arqueologia. Eu pesquiso bastante. Levo até lupa ao colégio para pesquisar na biblioteca. Livro de ficção, o que eu gostei foi “O gênio do crime”, do escritor João Carlos Marinho. Também adorei o “Manual do Escoteiro Mirim”, da Disney. Um guia do Huguinho, Zezinho e Luizinho, que te ensina a fazer várias coisas.

Alô Bebê Club - O que tem planejado para o ano de 2004?

Pedro - Vai estrear um filme que eu dublei, “Good Boys”. Tenho proposta para fazer um curta-metragem de terror e quero fazer cinema. E as aulas que começaram em fevereiro.

MENSAGEM PEDRO - Alô gente da Revista Alô Bebê Club. Quero mandar um beijão para vocês e um recado para as mães. Deixem que seus filhos aproveitem as férias porque, afinal, a gente merece!

Pedro aos 4 anos de idade, brincando com Mickey em Recife.	Pedro com seus sobrinhos: (da esquerda para a direita) João Vitor, 4, Amanda, 6, e Rafael, 2 anos.	Pedro aos 8 anos, posando para foto escolar da 2ª série do Centro Educacional Santa Mônica, no Rio de Janeiro.

Fonte: http://www.alobebe.com.br/site/revista/reportagem.asp?Texto=310